Muitos alunos acreditam que escrever é frustrante ou difícil. Para muitos, a principal fonte de frustração não é, na verdade, o processo de escrita, mas o medo de receber críticas ou uma nota baixa. Para esses alunos, escrever não é uma chance de aprender e desenvolver uma habilidade, mas uma oportunidade de buscar reconhecimento de professores por meio da avaliiação.
Como resultado, muitas pessoas na academia mentem para si mesmas sobre sua escrita. Eles dizem a si mesmos coisas como “Eu não me importo com gramática”, ou “É a minha pesquisa que importa.” Essas mentiras impedem o escritor de se concentrar na coisa mais importante de todo o processo: escrever. Em vez de se concentrar em como sua escrita pode melhorar, esses alunos buscam as notas que eles acham que os ajudarão a conseguir um emprego melhor ou realizar outros objetivos pessoais, acadêmicos ou profissionais.
As 10 mentiras a seguir são algumas das mentiras mais comuns que os acadêmicos contam a si mesmos quando escrevem. Essa lista – que de modo algum se pretende exaustiva – reúne comportamentos e crenças que os alunos devem evitar para fazer seu trabalho de forma mais eficaz e eficiente.
1. “Eu não me importo com gramática.”
Esta é uma das mentiras mais comuns que os acadêmicos contam sobre a escrita. Muitos estudantes têm problemas com gramática. Acreditam que não podem fazer nada sobre o assunto, e que sabe gramática não importa. Esse é um pensamento equivocado: a gramática pode ser aprendida. Os alunos podem se matricular em cursos específicos ou utilizar ferramentas tecnológicas para verificar seu trabalho e utilizar o feedback para aprender a escrever melhor. A gramática importa! E por isso mesmo os alunos devem ter cuidado para ter certeza de que sua gramática está correta.
2. “É a minha pesquisa que importa.”
Muitos estudantes pensam que sua pesquisa é a parte mais importante de seu trabalho. Esses alunos podem ter trabalhado duro durante suas pesquisas e acreditam que boas notas vêm dessa dedicação. Esta é uma mentira perigosa que a academia diz a si mesma sobre escrever. O que é realmente mais importante consiste em quão bem o autor consegue auxiliar seu leitor a entender conceitos e informações fundamentais no artigo. Bons exemplos e uma apresentação clara de ideias ajudarão seu leitor a entender o que você está dizendo, especialmente quando expostas com uma linguagem bem articulada.
3. “Não estou escrevendo para o meu professor ou para uma audiência.”
Muitos alunos estão mais confortáveis lendo e pensando em uma ideia em sua própria cabeça do que quanto estão a escrevê-la. Esta é uma mentira comum que os acadêmicos contam sobre escrever, bem como uma mentira da qual são vítimas. Os alunos precisam entender que os outros podem ler seu trabalho, mesmo que seja uma pessoa imaginária. Postar seu trabalho na internet também é uma ótima maneira de os outros aprenderem com você e você, com seus leitores.
4. “Não sou um bom escritor, então não tenho que me preocupar com a minha escrita.”
Muitos alunos pensam que se não são bons escritores, não têm que se preocupar com como sua escrita soa para os outros. É uma mentira tola para se dizer. Na verdade, esta pode ser uma das piores mentiras que a academia conta sobre a escrita. Escrever é comunicação; como tal, deve sempre melhorar. Não importa em que assunto você esteja escrevendo, se você é um acadêmico, seu trabalho exigirá uma melhor linguagem e uma melhor compreensão de como os leitores responderão à sua escrita.
5. “Eu posso ler mais rápido do que consigo escrever.”
É verdade que às vezes lemos mais rápido do que podemos escrever. Esta é uma das razões pelas quais os alunos devem revisar seu trabalho cuidadosamente para erros de gramática e ortografia antes de submetê-lo. Por exemplo, muitos alunos geralmente cometem o erro de usar “afeto” quando realmente querem usar “efeito”. Este erro é muito fácil de cometer porque eles são apenas detalhes no teclado. Há oportunidades para os alunos aprenderem a escrever em qualquer área. Uma maneira de melhorar como escritor é praticar a escrita regularmente.
6. “Começarei a escrever quando terminar o primeiro rascunho.”
Não deixe essa mentira impedi-lo de escrever. Esta é uma mentira comum que os acadêmicos se dizem sobre escrever porque acham que não têm que escrever o primeiro rascunho. Contudo, a verdade é que muitos alunos têm que escrever o primeiro rascunho. A razão é simples: eles serão mais produtivos se realmente terminarem seu primeiro rascunho e trabalharem nele durante todo o tempo do que se o terminarem em uma segundo e terceira tentativas de redação. Isso também os ajudará a evitar erros comuns em seu próprio trabalho – o que pode levar a maiores frustrações.
Muitos alunos têm expectativas tão irreais para si mesmos que acreditam que têm que escrever três artigos diferentes dentro de um período de tempo. Esta é uma tarefa impossível e impedirá que eles sejam capazes de seguir em frente com sua escrita. Em vez disso, os alunos devem se concentrar em uma coisa e garantir que seja feito o primeiro texto antes de passar para o próximo trabalho.
7. “Escrevo para um público específico.”
Esta é outra mentira que os alunos contam a si mesmos. O que seu público não sabe sobre você não é realmente problema seu. Seu público pode ser qualquer um, de um amigo pessoal ao público em geral, então todas as suas palavras devem ser escritas com esse público em mente. Para escrever efetivamente, os autores devem entender todas as suas expectativas, e devem utilizá-las para direcionar sua escrita e mantê-la nos trilhos.
8. “Eu planejo demais. Não posso simplesmente começar a escrever.
Os alunos que se contam essa mentira sobre escrever muitas vezes não sabem exatamente como começar um trabalho. Eles não querem escrever o primeiro rascunho, então, em vez disso, procrastinam em iniciar o processo de escrita. Nunca serão capazes de fazer nada em seus trabalhos. Os alunos precisam começar seus trabalhos e trabalhar neles até que eles estejam prontos. Planejar é importante, mas a atividade não pode ser utilizada como desculpa para não começar a escrever. Tire um tempo para planejar seu trabalho antes de começar a escrevê-lo, e então comece quando terminar o planejamento. Mas comece! Eventuais problemas poderão ser resolvidos depois e, além disso, surgirão independentemente do planejamento.
9. “Estou muito ocupado para escrever.”
Os alunos que se contam essa mentira sobre escrever muitas vezes imaginam que não têm tempo livre para trabalhar em seu texto. Pensam que, se não tiverem tempo adequado para escrever, serão incapazes de escrever sobre qualquer coisa. Para poder escrever um trabalho, os alunos devem liberar seu tempo para que possam trabalhar. Mas esse tempo é construído ativamente e não surgirá sem que a atividade seja priorizada entre outras tarefas a serem cumpridas. É preciso priorizar as atividades de escrita e trabalhar nelas sempre que possível. Não importa o quão ocupados estejam, os alunos podem encontrar tempo para si mesmos e sua escrita se eles escolherem tomar o tempo necessário e trabalhar duro o suficiente a fim de alcançar o objetivo proposto.
10. “Tenho muito tempo para escrever.”
Por haver muito tempo até a entrega do material por escrito – por exemplo, dois anos até a entrega da dissertação do mestrado -, muitos estudantes pensam que há tempo suficiente para começar a se dedicar. Mas a verdade é que a maioria dos alunos não tem tempo suficiente para escrever e, por isso, é importante começar o mais rápido possível. Por acreditarem que têm tempo suficiente para escrever “quando a hora chegar”, os alunos acabam perdendo tempo e não conseguem concluir as tarefas no prazo.